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Santa Vitória - Breve Histórico As terras do atual Município de Santa Vitória do Palmar, assim como o Estado do Rio Grande do Sul como um todo, foram arduamente disputadas por Espanha e Portugal nos tempos da expansão marítima. Tanto que por determinado tempo, as terras do Taim até as do Chuí tiveram de ser consideradas como Campos Neutrais - Tratado de Santo Ildefonso, 1777 - tratando-se de um largo pedaço de terra desabitado a fim de minimizar o confronto entre os colonizadores. Portugal tinha a intenção de colonizar a região para garantir a defesa do território e fornecer, no início do século XVIII, carnes e couros para a região mineradora recém-descoberta, no atual Estado de Minas Gerais, que não tinha produção de alimentos. Com o propósito de fortalecer seu posto na Colônia do Sacramento, os portugueses escolheram a barra de Rio Grande para construir um presídio que ganhou o nome de Jesus-Maria-José. Rio Grande foi oficialmente fundada em 19 de fevereiro de 1937 pelo Brigadeiro José da Silva Paes. Este contou com o conhecimento do Coronel Cristóvão Pereira de Abreu, desbravador que veio para o sul em busca do gado chimarrão. Meses antes do desembarque do Brigadeiro na barra do Rio Grande, Cristóvão Pereira já havia montado um posto avançado de doze homens às margens do Arroio Chuí, indo em seguida à região de Rio Grande encontrar-se com Silva Paes, que vinha por mar. Após a fundação do Forte Jesus-Maria-José, Silva Paes prosseguiu para o sul, dividindo a expedição em duas partes: uma marchando por terra e outra navegando pela Lagoa Mirim e pelo Arroio São Miguel, onde os grupos se unem. Seguiram então por terra até chegar em um local estratégico, em cima de um morro, onde se avista o movimento dos barcos que transitam pelo Arroio São Miguel. Ali Silva Paes manda levantar uma fortificação de pedras, o Forte São Miguel. A partir de então segue-se uma série de disputas entre as potências ibéricas pelas terras do sul do continente americano. Os espanhóis chegam a invadir a Vila de Rio Grande de São Pedro, ocupando-a por treze anos, até que os portugueses a retomam em 1776. O português Francisco José de Souza Soares de Andréa (chegado ao Brasil com a Família Real, 1808), Comandante Militar do Rio Grande do Sul na época do Tratado Definitivo (1851), entre Brasil e Uruguai, foi designado Comissário brasileiro para a demarcação dos limites estabelecidos no dito tratado. Na execução destes trabalhos, a pedido do estancieiro Manoel Correa Mirapalhete, demarcou o local para se fundar uma povoação. Em 19 de dezembro de 1855, foi lavrado o termo de criação do povoado com o nome de Andréa e uma igreja tendo por padroeira Santa Vitória, no lugar chamado Coxilha do Palmar de Lemos. A primeira pedra foi assentada por seu fundador Comendador Mirapalhete. Santa Vitória do Palmar tem este nome devido à esposa de Manoel Correa Mirapalhete chamar-se Vitória e ser grande devota da Santa Vitória, e Palmar devido à grande quantidade de palmeiras na região. Em 1858, foi criado pelo então Presidente da Província (Silva Ferraz) o 2º Distrito do Taim, constituído pela Capela de Santa Vitória do Chuí. Em 1872, a Lei Provincial nº 808 (30 de outubro) elevou à categoria de Vila a povoação fronteiriça, emancipando-se do Município de Rio Grande. Em 1874, a Lei Provincial nº 945 (15 de maio) criou o Município de Santa Vitória do Palmar. Finalmente, em 1888, através da lei nº 1736 (24 de dezembro), foi elevada à categoria de cidade. Após a Revolução de 1893, um surto de progresso passou por Santa Vitória do Palmar, como se pode verificar com o elevado número de prédios que foram construídos daí até 1911. Região de pecuária por ocasião de sua fundação, a cidade dos antigos palmares viu a decadência dessa atividade no correr do século XX. E, apesar da criação de gado bovino e ovino ainda ser de grande importância, abriu-se espaço para o crescimento da produção do arroz.
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