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A denominação 'GRAMA' é oriunda de uma clareira revestida de macia e linda grama, banhadas por riachos e águas refrescantes, que proporcionava aos forasteiros que passavam pela região, o abrigo de uma natureza mais dócil e plana e, aos seus animais, formosa pastagem de relva e bebedouro de primeira ordem. Tão fresco e provocante remanso, a contrastar com a natureza agressiva das brenhas em redor, tornou-se um caminho preferido. Grande era então o comércio que circulava nesse caminho. Trafegavam-no os muladeiros e boiadeiros, os mascates e tropeiros, que vinham das zonas de Abre Campo, Matipó, Manhuaçú, demandando de Ponte Nova, Mariana e outras localidades. Natural era que esses caminheiros, nas suas constantes passagens, suspirassem, no isolamento das caminhadas e no silêncio das estradas, por alcançar a grama e aí arranchar. Queriam dessedentar-se e descansar, dar pastagem e água aos seus animais. Preferiam pernoitar na grama. Voava, nas asas céleres da fama, a notícia da agradável hospitalidade que o sítio oferecia. E, por essa forma, a palavra grama, entre muladeiros e boiadeiros, mascates e tropeiros, andava de boca em boca, para significar a deliciosa paragem. Daí essa toponímia 'GRAMA'. O núcleo do povoado surgiu desses arranchamentos. Manoel Felipe da Silva, um desses forasteiros, foi o primeiro homem civilizado que habitou a paragem. Vale-lhe, por essa razão, a dignidade de bandeirante e a glória de pioneiro e desbravador de nossas terras. Foi o primeiro ocupante, o primeiro que lançou posse nas terras da grama, nas quais residiu com morada habitual e efetiva cultura, em mansa e pacífica posse, sem oposição de pessoa alguma. Constituiu um lar, concorreu para a formação de outros, formou o núcleo, progrediu, enriqueceu, e, da sua pertinácia, da sua inteligência, resultou, na Grama, organizada propriedade agrícola. Manoel Felipe da Silva deu à sua propriedade a denominação da paragem. E, assim, nasceu a 'FAZENDA DA GRAMA'. A denominação se estendeu a todo o lugar, mesmo fora dos limites da Fazenda. Manoel Felipe da Silva, casado com D. Antônia Maria de Jesus, constituiu numerosa família. Enviuvando-se, em 1846, sua fazenda foi partilhada entre sua numerosa prole, em inventário procedido na Comarca de Mariana. À sombra dessa Fazenda, assim fracionada, nasceu, com um pouco mais, Santo Antônio do Grama. Antônio Luiz de Freitas, também desbravador da região, foi, inquestionavelmente, o fundador de Santo Antônio do Grama. Ele doou o primeiro terreno para patrimônio, e lançou, nesse terreno, a primeira semente do povoado. Um pequeno trato de terras de sua propriedade agrícola, situado, mais ou menos, entre a Praça Padre Antônio Ribeiro Pinto e a esquina da antiga Casa Paroquial, hoje prédio onde funcionou o Ginásio Gramense. Assim, pois, a 13 de junho de 1850, foram lançados os primórdios da vila que deu origem à atual cidade de Santo Antônio do Grama. Em torno dessas terras se desenvolveu a localidade e formou-se o perímetro da futura cidade. A capela de pau-a-pique, cercada de esteira de taquara e coberta de sapé, erigida no terreno que Antônio Luiz de Freitas doou para patrimônio, assinalou a fundção da localidade. Em homenagem ao seu fundador ou ao Bispo D. Antônio Viçoso, que concedera a licença para a construção da capela, ou ainda porque, possivelmente, a licença para sua construção foi obtida no dia 13 de junho, dia de Santo Antônio, o local ficou sendo conhecido como Santo Antônio do Grama, denominação que, mais tarde, passou a ser Santo Antônio do Grama. Celebrou a primeira missa, na capela de Santo Antônio, o Padre Fortunato de Abreu e Silval. No ano seguinte, pelo correr de 1851, fez-se a primeira derrubada para ampliação da primeira rua do nascente arraial. Só pelo ano de 1836, dia de Santa Cruz, foi que se ergueu a primeira cruz, uma cruz mediana, fabricada a foices. Foi feito um limpozinho, no meio do qual hasteou-se o cruzeiro. A freguesia canônica foi instituída em 27 de novembro de 1886, tendo como primeiro vigário o Revmº Padre Cândido Sinfrônio de Castro. Além de Antônio Luiz de Freitas e Manoel Felipe da Silva, devem ser citados como beneméritos do lugar: - Antônio Lourenço de Lima - Genro do grande pioneiro Manoel Felipe da Silva, que doou, em 1863, uma quadra de terra, justamente onde se acha a Matriz de Santo Antônio. Naquela faixa de terra, ergue-se, no dia de Santa Cruz, o primeiro cruzeiro. - José Fernandes da Silva - Em 1868 ou 1869, fez a antiga Rua de Baixo, iniciando na atual Rua João de Souza Brandão até a saída para Rio Casca, abrangendo a Praça Ilídio Teixeira Salgado, Rua Moisés Brandão e Rua do Rosário, doando ao patrimônio quatro alqueires de terras. - José Antônio Pereira Salgado - Em 1868, legou ao patrimônio a sorte de terras que se estendia da atual Igreja Matriz ao Córrego dos Salgados. - Antônio Claudiano da Silva - Em 1869, com duzentos e quarenta mil réis arrecadados, comprou um terreno à margem esquerda do Ribeirão do Grama e fez a Rua da Palhada, incluindo o Morro de Santa Efigênia, hoje dividida em Rua Santa Efigênia, Rua Teófilo Sinfrônio do Couto e Rua Manoel Lacuna. - Joaquim Gonçalves Gomes - Doou os terrenos da antiga Rua de Cima, desde o Córrego dos Salgados até a antiga sede da Fazenda da Grama. Atualmente, a partir da ponte ao lado da Prefeitura até o final da Rua Capitão Braga, incluindo a Praça Manoel Dias da Fonseca. - Venâncio Gonçalves Mol e Francisco Gomes da Silva Júnior - Fizeram a antiga Rua Nova, atual Rua Dr. Vicente Bretas Cupertino, Praça Francisco Luiz Pinto Moreira e o Bairro do Pastinho, transformando toda esta área em logradouro público. FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA Pela Lei provincial nº 867, de 14 de maio de 1858, o seu território foi desmembrado do distrito de Jequeri, a que estava subordinado desde a fundação da capela, e incorporado ao distrito de Nossa Senhora da Conceição do Casca, que se chamava Bicudos. Pela Lei nº 1.550, de 20 e3 julho de 1868, o arraial foi elevado a distrito, sendo desmembrado de Bicudos e anexado à freguesia de Jequeri. a Lei nº 3.712, de 27 de julho de 1889, transferiu o distrito do município de Ponte Nova para o de Abre Campo e a de número 843, de 1923, transferiu-o para o município de Rio Casca. Finalmente, pela Lei nº 1.039, de 12 de dezembro de 1953, foi criado o município de Santo Antônio do Grama. Atualmente, possui apenas o distrito sede. LOCALIZAÇÃO E DADOS O município está situado na Zona da Mata do Estado de Minas Gerais. Tem área de 130 km2 e a sede está distante 227 km de capital do Estado, por estrada asfaltada. Altitude: 421 m - altitude da sede municipal. Clima: Temperado Micro Região: Mata de Ponte Nova Meso Região: Mata e Rio Doce Mineiro Topogradia: Semi-montanhas Posição Geográfica: Latitute: -20º 18' 52' S -42º 36' 31' W Gr. POPULAÇÃO De acordo com os dados do Recenseamento de 1950, a população do município atingia 8.130 habitantes. Segundo estimativas do Departamento Estadual de Estatísticas de Minas Gerais (à época), sua população provável, em 31/12/1955, era de cerca de 8.567 habitantes, com densidade demográfica de 72 habitantes por quilômetro quadrado. Segundo os dados do Censo de 1950, a situação do distrito de Santo Antônio do Grama, que constitui a sede do atual município do mesmo nome, era a seguinte: . Censo 1950 Especificação Homens Mulheres Total Quadro urbano 243 272 515 Quadro Suburbano 479 541 1.020 Quadro Rural 3.309 3.286 6.595 . Censo 1960 População urbano 1.776 População rural 4.191 População total 5.967 . Censo 1970 População urbano 1.706 População rural 3.356 População total 5.062 . Censo 1980 População urbano 2.061 População rural 2.742 População total 4.803 . Censo 1991 População urbano 2.569 População rural 2.018 População total 4.587 . Contagem da População 1996 População urbano 3.080 População rural 1.464 População total 4.544 . Censo 2000 População urbano 3.238 População rural 1.139 População total 4.377 . Contagem da População 2007 Total: 4.241 ATIVIDADE ECONÔMICA Agricultura - A base econômica do município é a agricultura. O café pode ser considerado o principal produto agrícola do município, em 1955, pois seu valor representa mais de 1/4 do total geral de sua produção. Em segundo plano, podem ser citados a cebola e o feijão, cujos valores registram uma pepquena diferença. Naquele ano, a cultura do feijão é a que ocupa a maior área, seguida pelas de café e cebola. ANO DE 1955 Culturas agrícolas Área Produção Valor Cr$ 1.000 Café 400 ha 30.000 arrobas 7.500 Cebola 400 ha 64.000 arrobas 4.800 Feijão 550 ha 10.500 sacos 60 kg 4.410 Fumo 200 ha 11.000 arrobas 2.750 Batata inglesa 7 ha 610 sacos 60 kg 2.440 Milho 100 ha 12.500 sacos 60 kg 1.875 Alho 16 ha 1.600 arrobas 1.120 Outras 1.139 ha - 2.230 Total 2.812 ha 27.125 Embora o café seja considerado, em 1955, o principal produto agrícola do município, devido a seu maior valor de mercado, a cebola é a principal atividade agrícola, liderando a produção do município. É também, o município bom produtor de hortigrangeiros, entre estes, destacando-se o tomate. - O Ciclo do Fumo - A cultura do fumo foi marcante em Santo Antônio do Grama e a expansão da produção foi bem antes do ciclo da cebola, coincidindo, posteriormente, os dois ciclos. O produto era vendido para a região do Estado do Espírito Santo, através de tropas de burros. Na época, o transporte a longa distância era feito no lombo de burro. Os tropeiros que comerciavam o fumo para fora do município, ficaram conhecidos por fumeiros. - O Ciclo da Cebola - Santo Antônio do Grama foi o maior pordutor de cebolas da região e até hoje é chamado de 'Terra da Cebola'. O produto era cultivado tanto na zona rural quanto na área urbana. Plantava-se cebola em quase todos os quintais. Criou-se o sistema de irrigação natural através ds rodas d'água, instaladas na margem do Ribeirão do Grama. No silêncio das noites gramenses, ouvia-se o som plangente das rodas d'águas. Sentia-se em Santo Antônio do Grama o cheiro de cebola. Monsenhor Salgado chegou a comentar que o Grama deveria chamar-se 'Cebolândia'. - O Ciclo da Cana-de-Açucar - Atualmente, a cana-de-açucar pode ser considerada o principal produto agrícola do município e está se tornando quase uma monocultura. Por influência da Usina Jatiboca e incentiivos do Proálcool, o cultivo da cana se desenvolveu no município. Segundo dados do IBGE, a produção estimada da cana-de-açucar no município, em 1985, foi de 75.000 toneladas. Existe, também, no município a fabricação de aguardente e rapadura. PECUÁRIA a situação dos rebanhos do muncípio era a seguinte em 31/12/1955: 3.200 bovinos e 4.000 suínos. Embora figurem os suínos com maior número de cabeças, cabe, porém, aos bovinos, a liderança quanto ao aspecto econômico; os outros animais consituem menor parcela em número de cabeças. Desenvolve-se no município a suinocultura, com a criação de pocilgas nas fazendas. INDÚSTRIA Na década de 50 e início da década de 60, destacou-se no município a indústria de laticínios. Havia na cidade uma fábrica de manteiga, montada em 1948 e de propriedade do Sr. José Flaviano Bayão, o Mizinho, assim denominada: FÁBRICA DE LATICÍNIOS MINZINHO. Situava-se à Rua Padre João Coutinho, ao lado da ponte. A produção variava entre quatro e cinco mil quilos mensamente, mantendo-se em célere crescimento, sendo exportada para firmas especializadas de Campos, Petrópolis, Niterói, Rio de Janeiro e municípios das redondezas. Seu sabor muito recomendava. A fábrica chegou a ter fornecedores de creme do município de Rio Casca. Adquiridas as folhas, as embalagens eram montadas na própria fábrica, em latas de 1/2kg, 1 kg, 5kg e 10kg. a indústria encerrou suas atividades em 1967 ou 1968, por falta de energia elétrica e queda na produção de leite. A fabricação caseira de queijos, tipo 'Cabacinha', foi outro ramo da indústria de laticínios em Santo Antônio do Grama, especialidade da família Russo, de origem italiana e que se fixou no município. Jácomo Russo, membro desta família, foi o criador de própera indústria de afamado tipo de queijo 'Provolone'. a produção era vendida, principalmente, para o Rio de Janeiro. MEIOS DE TRANSPORTE Tropa - A tropa foi o primitivo meio de trasnporte de Santo Antônio do Grama. a autonomia da tropa era de uma marcha de 4 léguas, com carga, e 6 léguas, sem carga. Após estas distâncias, a caravana arranchava para os tropeiros comerem, descarregar os animais e lhes dar água e pastagem. Aí pernoitavam. Cada lote da tropa era composto de 10 burros e cada burro tinha a capacidade para transportar 8 arrobas ou 2 sacos de 60 kg. Transportava 3 sacos de café em côco, um de cada lado e outro em cima. As tropas eram o meio de transporte a longa distância, devido a grande resistência do burro. Carro de bois - Outro meio de transporte muito utilizado em Santo Antônio do Grama. Mais utilizado para transporte a pequena distância, devido à maior dificuldade de locomoção do que as tropas. Em 1913, Ponte Nova deixava de ser ponto final da Estrada de Ferro Leopoldina, e, sendo assim, Santo Antônio do Grama já não seria caminho obrigatório para aquela cidade, perdendo, por essa forma, aquele fator que desde os seus primórdios vinha fazendo o seu progresso. A Leopoldina, em penetração maior pela Zona da Mata, foi servir Rio Casca, São Pedro dos Ferros, Raul Soares e Caratinga. A transformação foi radical e desastrosa para o lugar. Não mais se via o passar contínuo das tropas na algazarra dos cincerros e sob o surrão dos tropeiros e muladeiros. Não mais se ouvia a cantiga dos carros de bois, tão freqüentes e familiares quando a caminho de Ponte Nova. HIDROGRAFIA O município é banhado pelo Rio Casca, que passa na zona rural. A cidade é banhada pelos córregos Grande e dos Salgados. Os córregos se unem dentro da zona urbana, formando o Ribeirão Santo Antônio, que vai desaguar no Rio Casca. EVENTOS A festa de Santo Antônio, padroeiro da cidade, celebrada a 13 de junho, aniversário da cidade, com missas, procissões e conjuntos musicais, que tornam a festa um carnaval de inverno. Em 12 de dezembro, comemora-se a emancipação do município. CARACTERÍSTICA DA POPULAÇÃO Santo Antônio do Grama tem fama de cidade cordial e hospitaleira. O gramense (gentílico) é pródigo, quando recebe. e recebe muito bem. Gosta de contar casos. Aqui, respira-se mineiridade. As tradições são muito vivas em Santo Antônio do Grama. O culto da música, por exemplo, é marcante em várias gerações. O gramense possui muita musicalidade. Felizmente, a tradição ainda é muito rica em Santo Antônio do Grama: as festas religionsas, os hábitos, o culto dos seus santos, o amor às coisas antigas, a reverência à grandeza pretérita. O Grama é 'sui generis'.
Fontes: Histórico ou Crônica da Fundação de Santo Antônio do Grama e seus Vigários - Padre João Coutinho, 6º vigário, 1904, no 1º Livro do tombo da Paróquia de Santo Antônio do Grama. Histórias de Santo Antônio do Grama - Dr. Ulysses Bayão, 1950, no Livro do Tombo da Paróquia de Santo Antônio do Grama. Prefeitura Municipal de Santo Antônio do Grama IBGE - Fundação Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE - Enciclopédia dos Municípios Brasileiros José Henrique Domingues - Autor.
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