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Nesta página, você cristinense ficará conhecendo um pouco mais da história da sua cidade. Leia com atenção.
O Sul de Minas Gerais foi efetivamente desbravado somente na segunda metade do século XVIII, quando começou a se esgotar o ouro de localidades como Sabará, Ouro Preto, Mariana, Congonhas e São João Del Rey, dentre outras. Mineradores vieram daquela região, procurando o metal nos sertões sul mineiros, que serviam de caminho do interior para o litoral. Outros os seguiram, atraídos pela possibilidade de se apossarem das vastidões de terras ainda desabitadas e pela fertilidade de seu solo. Dessa maneira foi povoado o Sertão da Pedra Branca, localizado em uma das ramificações da Serra da Mantiqueira. Em torno do pico com o mesmo nome, a partir de 1797, surgiram 22 sesmarias. Estas eram porções de terra com medida padronizada (meia légua = cerca de 2.000 hectares), que, após serem tomadas por desbravadores, eram solicitadas em doação à Coroa Portuguesa, visando ao seu aproveitamento agropastoril. Os proprietários recebiam um documento denominado Carta de Sesmaria, que lhes garantia a posse da terra. O local era habitado somente por um pequeno número de índios da tribo dos Puris. A primeira sesmaria concedida pelo Governo da Capitania de Minas Gerais no território do Sertão da Pedra Branca foi a da Barra Mansa, em 1797, recebida por João de Souza Portes. São do mesmo ano as concessões das sesmarias do Pitangal, cujo primeiro proprietário foi João Fernandes da Silva, e do Urutu, de propriedade de Manoel Cardoso de Menezes. Entre os últimos anos do século XVIII e os primeiros do XIX, as sesmarias estabelecidas no Sertão da Pedra Branca foram: Cumquibus, Glória do Sertão, Pouso Frio (ou Paciência), Pitangal, Barra Mansa, Urutu, Barra Grande, Três Pinheiros, São Domingos (ou Diniz), Despropósito, Palmital (região hoje pertencente ao município de Carmo de Minas), Boa Vista dos Pereiras (ou Boa Vista), Sítio do Monte de Baixo (Lambari), Sítio do Monte do Bom Sucesso do Espraiado (ou Mata do Isidoro, região hoje pertencente ao município de Maria da Fé), Campos de Maria da Fé (atual Maria da Fé), Santa Cruz dos Pintos (atual distrito de Pintos Negreiros, município de Maria da Fé), Água Limpa, Vargem Grande (ou Vargem Alegre), Sertãozinho, Boa Vista do Lambari (região hoje pertencente ao município de Olímpio Noronha), Pedra Branca (ou Pedra) e Divisa da Pedra Branca. Da sesmaria de ?Comquibios? (variação do termo latino cum quibus) e de parte da sesmaria do Urutu, teve origem a cidade de Cristina. Em 22 de maio de 1798, Domingos Rodrigues Simões, casado com Inês Monteiro de Alvarenga, recebeu a carta de doação da sesmaria de ?Comquibios?, situada às margens dos rios Lambari e do Bode. No ano seguinte, Domingos, juntamente com seu filho Manoel Antônio Simões e com o Manoel Cardoso de Menezes, da sesmaria do Urutu, fizeram nova solicitação de doação de terras no mesmo local. Aí alojados, derrubaram as matas e edificaram benfeitorias, constituindo suas fazendas. Outra sesmaria de destaque foi a da Glória do Sertão, de propriedade do padre açoriano José Dutra da Luz. Nela, o sacerdote erigiu a primeira ermida da região, dedicada a Nossa Senhora da Glória, que foi frequentada pelos habitantes pioneiros. Ordenado em Mariana no ano de 1773, Padre Luz veio para o Sul de Minas em 1799, quando assumiu a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Pouso Alto. Isso, depois de dedicar-se à mineração em várias localidades mineiras. Somente por volta de 1810 estabeleceu-se em sua fazenda, localizada em uma das áreas mais altas da região. Trazendo consigo dois sobrinhos, estes constituíram alguns dos primeiros troncos familiares locais, tornando-se ricos e poderosos proprietários de terras. Padre Luz foi, sem dúvida, um dos pioneiros da região, não sendo, porém, seu povoador e nem seu fundador. Faleceu em 1813, sendo sepultado dentro da antiga Igreja Matriz de Pouso Alto. Em 1817 já havia uma pequena povoação na sesmaria de ?Comquibios?, quando alguns moradores solicitaram à Diocese de Mariana licença para construírem uma capela, tendo como orago o Divino Espírito Santo. Por volta de 1820, o pequeno templo já estava concluído. O primitivo arraial conservou a denominação de Cumquibus, sendo conhecido também como Capela do Espírito Santo. O nome latino exprime riqueza, não sendo possível uma explicação totalmente correta para ele. No dizer popular, seriam muitos os ricos que aqui residiam, certamente, nunca clara alusão à família Luz. Pertencia à extensa comarca do Rio das Mortes (sediada em São João Del Rey), ao município de Baependi e à paróquia de Pouso Alto. Criados o curato (capela com assistência sacerdotal) e, mais tarde, a freguesia e paróquia de Carmo do Pouso Alto (atual Carmo de Minas), Cumquibus integrou os mesmos. Tornou-se capela curada em 1824, sendo que passou a ter sacerdote residente somente no ano de 1831: Padre Dionizio José Leitão Cardial. Em 1829, foi criado o Distrito de Paz, tendo sido eleito seu primeiro Juiz de Paz o Capitão Bento Ribeiro da Silva. Tornou-se freguesia e paróquia em 07 de abril de 1841, através da Lei Provincial nr. 209. Somente a partir daí é que recebeu oficialmente o nome de Espírito Santo dos Cumquibus. O primeiro vigário foi o Padre Antônio Caetano Ribeiro. Com a criação do município de Itajubá, desmembrado de Campanha em 1848, Cumquibus passou a integrá-lo. O topônimo foi permutado pela designação Cristina, seguindo determinação da Lei nr. 485, de 19 de junho de 1850, que criou o município e elevou a povoação à categoria de vila, sendo instalados oficialmente em 20 de janeiro de 1852. Foi eleito Presidente da primeira Câmara Municipal (cargo equivalente atualmente ao de Prefeito) o Comendador João Carneiro Santiago. Com a alteração do nome, prestava-se uma homenagem a Imperatriz do Brasil, Tereza Cristina Maria de Bourbon, esposa de Dom Pedro II. O articulador da mudança foi o cristinense Joaquim Delfino Ribeiro da Luz, mais tarde nomeado Conselheiro do Império, que viria a se destacar no cenário político nacional até a Proclamação da República. Amigo íntimo de Dom Pedro, ocupou vários cargos de relevo, inclusive os ministérios da Justiça e da Guerra. Entre os dias 1º e 02 de dezembro de 1868, a Princesa Isabel, seu marido, o Conde D?Eu, e comitiva, visitaram a Vila Cristina, hospedando-se na residência de Joaquim Delfino, em agradecimento oficial à homenagem. Integraram o município de Cristina em diferentes épocas, a partir de sua criação, os distritos que deram origem aos atuais municípios de Pedralva (São Sebastião da Pedra Branca), Carmo de Minas (Carmo da Cristina), Maria da Fé (Campos da Maria da Fé), Natércia (Santa Catarina), Virgínia, Dom Viçoso (Rosário) e Olímpio Noronha (Parada de Santa Catarina). As emancipações ocorreram sucessivamente entre os anos de 1884 a 1963. Em 15 de julho de 1872 Cristina foi elevada à categoria de cidade (Lei nr. 1.885) , e, quatro anos mais tarde, tornou-se sede de Comarca, isto em 08 de julho de 1876 (Lei nr. 2.273). A instalação da mesma deu-se somente três anos depois, sendo nomeado primeiro Juiz o Dr. Pedro Antonio de Oliveira Ribeiro.
Cristina (MG). Prefeitura. 2014. Disponível em: http://cristina.mg.gov.br. Acesso em: mar. 2014.
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