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Maragogipe Bahia - BA Histórico Diz a lenda que a primeira penetração do território do município ocorreu em meados do século XVI, por uma tribo de índios inteligentes, e destemidos guerreiros, que se dedicavam ao cultivo do solo e lançavam mãos também da pesca e da caça para sua subsistência. Dessa penetração resultou a constituição de uma aldeia, onde se fixaram os silvícolas. Laboriosos e bravos, mas adversos à vida nômade, o que demonstrava certo começo de civilização, cerca de 200 indígenas viviam orgulhosamente cultivando tradições passadas e jamais se deixavam subjugar, pois eram guerreiros denominados 'Marag-gyp', que significa 'braços invencíveis'. Os próprios 'Marag-gyp' tinham a vaidade de saber manejar com maestria o arco e a flecha. No exercício do 'tarayra', espécie de machado pesado e todo de pau-ferro, não temiam concorrente e eram capazes de decepar de um só golpe a cabeça do inimigo vencido e condenado à morte. A tradição da tribo dizia que as suas primeiras mulheres foram raptadas pelo chefe Itapecerica numa terra onde as mulheres eram quase brancas, de olhos meio azuis, cabelos bastos e sedosos e de rara formosura. Contavam os mais velhos que essa terra era muito distante do lugar onde agora se encontravam, sendo preciso viajar 'três luas' e atravessar muitos rios para poder alcançá-la. Filhas, portanto, de uma raça provavelmente de origem européia, parece haver predominado nas mulheres dessa tribo a voz do sangue e, somente assim, se explicará a felicidade nos casamentos realizados entre eles e os povoadores da terra dos 'Marag-gyp', os portugueses, quando das suas excursões pelo Rio Paraguaçu, na exploração das terras marginais, poucos anos após o descobrimento do Brasil. Deslumbrados com a riqueza das matas e com a acessibilidade do porto a qualquer embarcação de grande ou pequeno calado, alguns exploradores resolveram ali fixar residência, mais ou menos em 1520. Teve início então, o povoamento pelos portugueses com a extração de madeiras, a plantação de cana-de-açúcar e de mandioca e a construção de engenhos de açúcar e fábricas de farinha. Gentílico: maragogipano Formação Administrativa A povoação ficava localizada em terras da sesmaria de Paraguaçu (ou Paroaçu), doada a D. Álvaro da Costa, por seu pai D. Duarte da Costa, 2º Governador-Geral do Brasil, em 16 de Janeiro de 1557, doação essa confirmada por Alvará Régio datado de 12 de março de 1562. Foi a sesmaria transformada em Capitania pelo Cardeal Regente, D. Henrique, por Carta de 20 de novembro de 1565, confirmada por outra carta datada de 28 de março de 1566. Registrada em Lisboa a 23 de agosto de 1571, durante o reinado de D. Sebastião, Maragogipe ficou sendo então sua principal localidade. A capitania de Paroaçu ou (Paraguaçu) foi comprada ao seu Donatário, D. José da Costa, pelo Rei de Portugal D. José 1º pela pensão de 640S000, passando a pertencer à Coroa Portuguesa em virtude da Carta do Conselho Ultamarino, datada de 12 de dezembro de 1732, e Provisão Real datada de 17 de junho de 1733. A capela ali construída e dedicada a São Bartolomeu foi elevada à categoria de freguesia em 1640 pelo Bispo Dom Pedro da Silva Sampaio, por proposta do vice rei Dom jorge de Mascarenhas, Marquês do Montalvão, com a denominação de são Bartolomeu do Maragogipe. No começo do ano de 1724, quando calamitosa seca devastava a Bahia, o Conde de Sabugosa, na época 4º vice rei, fez uma viagem de inspeção pelo interior do Estado para conhecer suas idades, vilas e freguesias. Chegando a Maragogipe em fevereiro de 1724, seus habitantes pediram-lhe que a Freguesia do São Bartolomeu do Maragogipe fosse elevada à categoria de Vila, o que ocorreu pela Portaria de 16 de fevereiro de 1724, sendo a Vila instalada pelo Ouvidor Geral Pedro Gonçalves Pereira a 22 do mesmo mês e ano. Como prova de reconhecimento, os habitantes do maragogipe ofereceram ao Conde de Sabugosa, 2000 alqueires de farinha de primeira qualidade, para o sustento da tropa, dádiva que foi recebida com muito apreço devido à grande escassez existente. A Vila de Maragogipe recebeu Foros de Cidade pela Lei Provincial nº 389, de 08 de maio de 1850, sendo agraciada com o título de 'Patriota Cidade'. Em 1911, o Município possuía 5 distritos: Maragogipe, Nagé, Coqueiros, Caveiras e Santo Antônio de Capanema. No quadro do Recenseamento Geral de 1920, aparece formado pelos Distritos de Maragogipe, Nagé, Coqueiros, Caveira e Capanema. Na divisão administrativa de 1933, o Município figura formado pelos distritos de Maragogipe, Nagé, Santo Antônio de Capanema, São Roque do Paraguaçu (criado pela Lei Provincial nº 2.179, de 20 de Junho de 1881 e confirmado pelo Decreto Estadual nº 8.311, de 15 de fevereiro de 1933), Caveiras e Coqueiros, este último criado pela Lei Estadual nº 1.922, de 13 de agosto de 1926. Nas divisões territoriais seguintes continua a mesma composição, ocorrendo apenas em 1938 a modificação do nome do Distrito de Santo Antônio de Capanema para Capanema. Pelo Decreto Estadual nº 11.089, de 30 de novembro de 1938, o Município é composto dos Distritos de Maragogipe, Capanema, Coqueiros, Guapira (ex-Caveiras), Nagé e São Roque (ex-São Roque do Paraguaçu). Essa mesma formação aparece nos quadros seguintes, notando-se porém, que o Distrito de São Roque aparece com o antigo nome de São Roque do Paraguaçu e o de Capanema teve o nome mudado para Guaí no quadro da divisão territorial de 1944. Sua composição administrativa de acordo com a Lei nº 628 de 30 de dezembro de 1953, em vigor, é de seis Distritos: Maragogipe, Coqueiros, Guaí, Guapira, Nagé e São Roque do Paraguaçu.
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